Cardcaptor Sakura: The Movie - 1999


Título Original: Gekijōban Kādokyaputā Sakura

Origem: Japão
Género: Magical Girl; Romance.
Director: Morio Asaka
Argumentista: Nanase Ohkawa
Estúdio: Madhouse.
Exibição Original: 21 de Agosto de 1999.
Duração: 79 minutos.


"It is you and you alone that knows the path
that you must follow"


Cardcaptor Sakura elevou-se enquanto um fenómeno no mundo do anime nos finais da década de 90. À margem televisiva dois filmes foram lançados, tendo os mesmos triunfado no Animation Kobe - algo que terá contribuído para a coroação deste Shõjo como uma obra particularmente bem sucedida.
No fundo mantém-se a mesma lógica que utilizei para justificar o triunfo de Pokémon no ano antecedente, tratando-se Cardcaptor Sakura de uma vencedora em termos comerciais, algo que aliado ao decréscimo qualitativo na tela cinematográfica terá facilmente projectado CCS para os anais do Kobe.

Ainda à semelhança de Pokémon: The First Movie, este filme depende em grande medida da série pois uma vez mais não nos transmite elementos essenciais à introdução e compreensão do enredo. Neste sentido, começa por perder pontos significativos quanto àquilo que considero necessário a um formato para cinema.
Acabamos por ter em mãos um trabalho que acaba por se assemelhar muito mais a um qualquer episódio especial de Natal.


Enredo


Para os que não conhecem, CCS começa quando uma aluna do quarto ano, Sakura Kinomoto, acidentalmente desperta um conjunto de cartas mágicas - denominadas Clow Cards do Clow Book, geradas e apelidadas pelo anglo-chinês Clow Reed. Cada carta tem a sua própria personalidade e traços característicos e pode assumir formas alternativas quando activada.
Tudo isto que acabei de referir não está devidamente expresso no filme mas poderão na base da dedução assimilar esta mesma informação ao longo da história.

A história em si é bastante superficial e posso resumi-la em sucintas linhas: Sakura, Li e os restantes companheiros partem para Hong Kong após a protagonista ter ganho uma viagem (de forma um tanto ou quanto estranha) num concurso proporcionado por uma comerciante local. Um esquema é perpetrado por um espírito de índole vingativa que chama a si Sakura, ainda que não sendo esse o seu objectivo primário.
O derradeiro confronto acaba por concluir um caminho bastante simples que se limita a intercalar o lazer com um mundo mais onírico. Basicamente... é isto e... apenas isto!


Posso completar um pouco mais referindo que à semelhança de outros trabalhos mais voltados para o universo feminino, CSS realmente parece inspirar-se de certa maneira em Sailor Moon, pelo menos em termos de padrão. Por exemplo, parecenças que se prendem com a figura masculina, onde o personagem aparentemente mais central intervém sempre na hora H (desta vez sem Rosa) de forma a proteger a donzela em apuros mas logo por alguma razão sai de cena, legando-lhe a conclusão da batalha - Li fê-lo por três vezes pelo menos no decurso do filme.
Poderão ainda contar com outros elementos de proximidade como a existência de alguns instrumentos (ceptros, uniformes, adereços) ou então com a questão das paixonetas do costume. Sakura, tal como Tsukino, contará ainda com um stuffed animal muito à imagem da gata Luna.
CSS no entanto diverge noutros pormenores centrais e nem abusa tanto na concentração de personagens femininas pelo que não se preocupem que este trabalho não é nem de perto nem de longe um copy paste reformulado de Sailor Moon.

Um curioso reparo quanto à vilã desta obra:
Às vezes parece-me mesmo que os maus só precisam de uma ida ao psicólogo... primeiro batem o pé ameaçadoramente, esbracejam zangados, desabafam com a heroína e arrependem-se desvanecendo-se em seguida...
Já com Pókemon: The First Movie pude atentar nesta latente falta de originalidade mas infelizmente, além deste pormenor recordo ainda que as personagens mais periféricas tendem no final a padecer de uma estranha amnésia colectiva. Outro ponto comum com outros trabalhos que nada traz de novo.
Quanto aos aspectos técnicos, acredito que encontrarão nestes um nível bastante simpático, quer nos visuais quer nos sonoros. A OST está bem enquadrada e o ambiente e respectivo grafismo também consegue uma aparência bastante interessante.


Rating - 6/10

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