Monochrome Factor


Título Original: Monokurõmu Fakutã

Género:Fantasia; Sobrenatural; Acção; Comédia.
Demografia: Seinen; Shounen'ai.
Director: Yuu Kou
Autor: Kaili Sorano
Estúdio: A.C.G.T.
Lançamento: 7 de Abril de 2008 a 29 de Setembro de 2008.
Duração: 24 episódios.


"Shin!? What the hell is that? Who would do that?"


História

O enredo deste anime centra-se na personagem de Akira Nikaido, um estudante que aparentemente vive uma vida normal. Este padrão de vida que nos é transmitido inicialmente cedo inverte, precisamente no momento em que um misterioso sujeito, Shirogane, o aborda na rua...
Imaginem como seria no término de mais um entediante dia de aulas um homem surgir do meio do nada dizendo-vos que têm um destino comum. Seria no mínimo atípico, não acham? E, tal como Akira, o nosso instinto rejeitaria semelhante cenário. Ele não acreditou, eu não acreditaria e se fosse preciso ainda ofendia o senhor com um sempre agradável "esqueceu-se de tomar a medicação?".

Pois bem, acontece que Akira acabará mesmo por se ver envolvido na verdade das palavras de Shirogane... bem mais literalmente até do que ele imaginaria.
Shirogane através de métodos pouco convencionais, acaba por conduzir Akira e os respectivos companheiros ao encontro de um mundo de sombras onde de facto o cromatismo peca por escasso. Suzuno Aya e Kengo serão os fiéis peregrinos ao lado dos dois primeiros contra verdadeiros exércitos de criaturas vindas do mundo das sombras (os Kokuchi), estando estes ao serviço de identidades misteriosas.
O objectivo do grupo será travar a ascensão de uma nociva ameaça ao equilíbrio que existe no mundo entre a luz e a própria sombra.
Para o "escolhido" Akira se opor convenientemente ao inimigo, terá de se transformar num "Shin", algo que segundo as palavras de Shirogane o tornará invisível ao olhar das pessoas. A resolução deste problema doará a Shirogane a capacidade de satisfazer junto de Akira os seus planos de foro bem mais pessoal...

Personagens

Akira é o típico jovem rebelde, inconsequente, com mau feitio e propenso para arranjar conflitos. A assiduidade na escola não será de todo uma qualidade sua.
Nem de Akira... nem de Kengo o seu melhor amigo, bastante mais dócil diga-se, com o qual pratica algumas actividades comuns. A relação entre ambos não se caracteriza por gestos equitativos dado que Akira funciona mais como mestre de Kengo por vezes do que propriamente como amigo. O desprezo e alguns maus tratos fazem parte da personalidade de Akira enquanto Kengo será o típico "cãozinho" que idolatra o amigo e o segue para todo o lado. Muitas das vezes forçando-os mesmo a um convívio, para desagrado do primeiro.
Suzuno Aya partilha com Akira o mau feitio e uma personalidade forte no entanto entra em fricção com os companheiros quando o assunto é a escola - Aya é uma fervorosa aluna que não hesitará em perseguir e a molestar Akira e Kengo caso estes não cumpram com as suas obrigações lectivas.
Shirogane será um elemento mais periférico nesta rotina partilhada pelos três primeiros mas muito centralizador quando o objectivo é reclamar a atenção e a proximidade do protagonista da história. Sabido é também que este personagem não é humano como os outros, detendo laços directos com o mundo das sombras. Por muitas vezes será questionada a fiabilidade deste sujeito misterioso e até que ponto ele é realmente um aliado.
Aos que enveredem mesmo por Monochrome Factor podem contar ainda com outras curiosas personagens, como a irmã ninfomaníaca de Kengo; o enigmático Haruka, um miúdo multimilionário que revela um estranho interesse pelas movimentações do grupo de Akira; ou Kou um dos "Rei" e um elemento já bastante oleado nas lutas contras os "Kokuchi".

Ambiente/Cenário

Contem com tonalidades mais negras mas não esperem assistir a um anime que prima pelo suspense, pelo terror ou com o que quer que seja nesse sentido pois certo é que sairão desiludidos.
Quanto à época, esta é contemporânea, muito em torno do espaço de aulas, de zonas mais industriais, parques ou zonas residenciais. Parte da trama evoluirá no interior de um bar restrito, encarado pela própria Aya como "local menos próprio" para jovens das suas idades - 16.

Lutas

Enfadonhas. Pouco versáteis e repetitivas... é seguro que estarão sempre presentes ao longo do anime mas o nível das mesmas é de facto muito baixo. Os Kokuchi serão os adversários do costume e pouco ou nada conseguem fazer contra Akira, Shirogane e companhia. Diga-se ainda que os Kokuchi apesar de conseguirem possuir os humanos têm sempre os mesmos traços gráficos. A sua aparência idêntica e demarcada vulnerabilidade tornará Monochrome Factor num anime monótono. Diria mesmo que estas criaturas apenas surgem para efeitos de cumprimento de calendário...
É pelo menos essa a noção que terei absorvido.

Indo mais Além...

Agora que solto estou dos grilhões impostos pela trama, personagens, cenários e afins... cabe-me encetar a conclusão desta crítica com um pouco de mais profundidade.
Falemos de valores subentendidos primeiramente e logo após dos aspectos mais técnicos que ainda faltam abordar.
Em primeiro lugar e, sem ser nenhum tipo de génio, revelo desde já a essência Yaoi bem demarcada neste trabalho. Alguns poderão refutar esta afirmação e justificar que os vários personagens masculinos andam aos beijos e sentem ciúmes uns dos outros porque essa é a fórmula para os mesmos encontrarem os meios necessários na sua resistência contra o avanço do mundo das sombras... outros poderão invocar um qualquer tipo de força contrária... de oposição imposta pelo contraste luz/sombra e daí a ambiguidade dos comportamentos das personagens ao nível afectivo (não tão ambíguo assim).
Mas eu discordo e acredito que realmente as coisas são bastante mais simples neste aspecto particular e nem terei de mencionar outros dados periféricos (embora já o fazendo) como as confissões de uma rapariga a Kengo, confissões essas de amor e votadas à figura de Aya entre outros tantos vectores como a própria relação de Kou (25 anos) com Hakura (11).
A verdade é que Monochrome Factor sem elevar alto a bandeira demográfica do Yaoi, contém em si traços óbvios e manifestas tendências ao encontro dessa mesma demografia não detendo no entanto, conteúdo mais pornográfico ou mesmo de nudez. E com isto, temos (demograficamente falando) um shounen'ai... no fundo um yaoi púdico.
A própria trama oscila mais em torno das ligações afectivas e mesmo amorosas entre as várias personagens do que propriamente na luta contra os Kokuchi, a meu ver.
Daí dizer que a luta épica contra o mal neste anime cumpre apenas calendário pois na verdade será só uma fachada que encobrirá um pouco a essência mais significativa que este trabalho projecta.

O argumento é pobre e tenho-o dito. Das lutas já disse quanto baste, reforçando um novo ponto negativo e, os restantes aspectos técnicos como a fluidez da animação ou o próprio grafismo não estão de todo dentro do patamar que engloba a genialidade.
Monochrome joga com as filiações afectivas, com atracções recônditas, outras mais assumidas onde ao lado das quais a típica luta contra o mal perde de facto substância, resumindo-a à mera função de amenizar e encobrir um trabalho cuja significação não caminha ao lado do argumento (quando encarado superficialmente). Notem que caso pretendesse aprofundar, poderia dizer que afinal todo o mundo das sombras é um retrato abstracto da discriminação na sociedade contra a homossexualidade e contra a qual um conjunto de heróis iça a sua bandeira de afirmação.
Apesar de admitir que será apenas uma conjectura, não sei até que ponto não terá mesmo sido esse o propósito por detrás da concepção de Monochrome Factor.

De qualquer modo, independentemente de significações e demais aspectos, cumpre-me dizer que esta série tem uma face que é uma real vencedora! E essa face é a humorística. Este anime fez-me rir bastante e não estou de todo a ser irónico... digo-o com a maior das sinceridades. Poderão encontrar neste anime piadas bem construídas e uma boa disposição contagiante. Apenas lamento tudo o resto ser carenciado... de mais, de muito mais.
Caso contrário teríamos em mãos um trabalho para recomendar e enaltecer...
...o que não acontecerá.

Rating - 5/10

5 comentários:

  1. Já faz algum tempo que comento!!!!!
    Mas bem....gostei bastante deste anime~~ tem tudo o que gosto num anime~~ gostei gostei~~
    E parabéns iúri o blog continua espectacular ^.^

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  2. Olá Ne-CHan!

    É verdade, já há algum tempo que não me visitavas!
    Eheh, sim o anime está porreiro, ri-me muito mesmo e tem um estilo completamente diferente :)

    Obrigado pelo apoio**
    Quero-te cá mais vezes! xD

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  3. realmente. eu fui assistir esse anime pensando q teria suspense e terror claro a comédia pra dar aquele clima(única coisa q eu pensei q realmente teve) me decepcionei. so terminei de ver mesmo pra cumprir 'tabela" e pq eu gostei da Aya(adoro personagens q nem ela *-*) as lutas, aff, chatas d+.. aquele msm modelo todo epi e cabou q cada epi era tipo uma luta diferente ou seja um caso diferente. o q deixou + chato ainda...

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  4. Boas Marx!
    Sim, também me desiludiu um pouco... como disse na crítica esperava um pouco mais! As lutas são realmente aborrecidas e o criador preferiu explorar os laços afectivos entre as personagens - faltou balancear os dois campos.

    Gostei da tua intervenção, sê sempre bem-vinda!

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  5. gostei muito do anime e queria um outro semelhante se puder ajudar eu agradeço

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