Género: Sobrenatural/Horror
Demografia: Shõjo
Autor: Narumi Kakinouchi e Toshiki Hirano
Director: Toshiki Hirano
Estúdio: AIC
Emissão Original: de 6 de Outubro de 1997 a 30 de Março de 1998
Duração: 26 episódios.
Into the darkness, shinma!
Storyline: Miyu é uma guardiã, destinada a reencaminhar os "shinmas" para a escuridão. A escuridão é a denominação da realidade original de onde saíram as criaturas com capacidades e poderes que abalam os humanos mais vulneráveis manipulando as fraquezas destes últimos - fraquezas que podem ir desde a ambição, do desejo, da solidão até a uma simples ingenuidade. Miyu alimenta-se de humanos, no entanto esta concede-lhes a felicidade eterna em troca do processo que lhe garante a subsistência. A princesa vampira contará ainda com o apoio de Larva, um ex-shinma ocidental.
Crítica: Vampire Princess Miyu segue um alinhamento por padrão, ou seja, cada episódio uma história, salvo a excepção dos dois episódios interligados que narraram o background de Larva e o princípio da ligação deste a Miyu.
O ambiente noir despoleta desde logo a noção de que este anime será particularmente sombrio e, nesse ponto, a nossa noção é assertiva. Basicamente, a história conta-nos como o ser humano cai em desespero através de falhas ou lacunas de sentimentos mais significativos. Um movimento escapista toma conta desse ser humano a partir do momento em que ele encontra, sob a forma dos shinmas, uma fuga à realidade que o feriu vincando-se ainda em excesso as reacções dos humanos - muitos tornam-se violentos, outros obsessivos, outros procurarão apenas concretizar os mais diversos sonhos. No fundo, os shinmas manipulam e forjam ilusões no consciente humano, quando este está receptivo a isso, de forma a se alimentarem e a concretizarem eles próprios os seus desígnios pessoais.
A própria protagonista Miyu, é um hino ao derradeiro escapismo. Ela não é a típica personagem que dará alento ou injectará coragem nas vítimas dos shinmas. Pelo contrário, ela alimenta-se das vítimas dos shinmas dando-lhes o golpe final, algo que as remeterá numa felicidade fictícia e absolutamente desvinculada do mundo - uma espécie de cinismo cíclico justificado pela própria necessidade de Miyu em subsistir de forma a também ela realizar o seu destino - uma estranha obsessão que parte de uma personagem eternamente solitária. Quanto a mim, uma valorização existencial.
Nos aspectos técnicos, Vampire Princess Miyu parece estar atrasada no tempo desde o tempo das quatro OVAS que lhe deram origem: 1988. Os efeitos sonoros, a dinâmica da animação, as cores, o traço, todos estes aspectos surgem colocados a níveis inferiores quando comparando esta obra com outros trabalhos.
As lutas são francamente limitadas, sem nada que faça arregalar o olho. A história em si peca por escassa - explica pouco e complica ainda menos.
Em 26 episódios com 25 finais, nenhum deles soube ser verdadeiramente feliz... esta monotonia e o uso e abuso de padrão, contribuiu ainda mais para fazer decrescer a série em termos qualitativos.
Miyu, contudo, é uma personagem enigmática e interessante. Trata-se de uma heroína atípica, obcecada com o destino e onde nada importa para além disso, morra quem tiver que morrer. É uma personagem que foge em muito aos estereótipos tradicionais do bom/mau a que estamos habituados, ganhando a série pelo menos este pico de originalidade.
Refiro ainda a OST como referência positiva, dado que responde bem ao ambiente mórbido da série.
Caso se mentalizem que Vampire Princess Miyu é o único anime existente ao cimo da crosta terrestre... então a vós corajosos escapistas, bom consumo de série pois certo é de que a conseguirão tragar por entre longos minutos.
4/10
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