Diário de um Animólico

Espero hoje retornar a casa, o que é o mesmo que dizer que já vou ter internet decente e, como tal, já vou poder voltar a acompanhar Fate Stay Night. Happy, happy happy! ^^
Bem, enquanto fazia algum tempinho até o dia de hoje chegar, fui devorando Gantz como já havia dito e a verdade é que a série não resistiu muito tempo, dado que a devorei num trago. Gostei... puro entretenimento numa abordagem que escapa claramente à esfera infantil.
Acho que quando falar de Gantz nos próximos tempos, irei sempre imaginar algo como uma caixa, fechada a todo o perímetro como se tratasse de uma daquelas fábricas industriais dos primeiros tempos da Ford - remuneração e alojamento e disposição de lojas internas para abastecimento da mão-de-obra, ou seja, circuito de capital fechado onde o mesmo é libertado e onde o mesmo é absorvido numa quase absoluto retorno, mantendo o trabalho qualificado a muito baixo custo.

Reparem que isto não é uma crítica, mas apenas uma analogia referente à essência da animação em si. Temos um espaço imutável, um conjunto de personagens correlacionados e um pós-destino comum. Gantz processa-se quase sempre entre o espaço interno não moblilado de uma residência e quando a mesma abre, sentimos sempre uma barreira em torno daquela mesma área residencial - um cubo menor inserido dentro de um maior. A coisa parece resultar bastante bem, mas não existe nada por aí além que nos faça abrir a boca de espanto perante algo totalmente inesperado... pelo contrário, até o próprio final tem o seu quê de previsível, mesmo que não nos dê grande coisa. Sim, é daquelas séries que faz dispor um conjunto de dados e cria um final relativamente incerto, abrindo uma vasta panóplia de hipóteses e possíveis desfechos que são entregues à criatividade da nossa mente. Gantz é um artista e daqueles surrealistas, como um Dali ou um Chirico.
No fundo, aquilo que pretendo dizer é que esta animação é daquelas que adquire uma aura enigmática e com um grau de complexidade interessante, não por nos apresentar factos e montar um argumento pesado, mas por nos deixar precisamente sem dados. As coisas ali são assim... porque são assim - temos todos aqueles fenómenos inexplicáveis que tendem a manter o nosso interesse pela animação no auge mas em que percebemos que os mesmos nunca terão uma explicação conveniente.
Do mesmo modo que o correlacionamento de personagens aponta no sentido da morte do personagem principal, é-nos concedida a perspectiva de uma recruta de humanos mortos face a uma ameaça alienigena que afinal apenas é despoletada de acordo com a má conduta desses mesmos humanos. E aqui estão apenas duas perspectivas a seco, de onde poderiamos extrair muitas outras opções.

Findo Gantz, retornou à vida Soul Eater. Acredito seriamente que será desta que vou apostar em Soul e convenhamos... já merecia - ainda que não domine já todos os vectores da história, os gráficos são absolutamente contagiantes.

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