Moribito: Guardian of the Spirit



Título Original: Serei no Moribito

Género: Fantasia.
Demografia: Shõnen
Autor: Nahoko Uehashi
Director: Kenji Kamiyama
Estúdio: Production I.G
Emissão Original: De 7 de Abril de 2007 a 29 de Setembro de 2007
Duração: 26 episódios.


"I cannot let someone who knows this secret go free."


Agora que terminada a visualização de Serei no Moribito, eu honestamente não sei se me deva considerar desapontado ou se apenas surpreso pela série não ter correspondido ao que nela esperava ver.

A um primeiro farejar, calculei que se tratasse de uma animação focada no passado japonês onde uma personagem feminina figurava como uma poderosa guerreira. Algo que quanto a mim constituía uma abordagem um tanto ou quanto invulgar.
A minha aposta quanto a este primeiro aspecto acabou por ser incisiva, no entanto palpitava-me que se iria tratar também de um anime repleto de acção e aí sim, o erro foi redondo.
O próprio início de Moribito contribuiu para esta noção sendo bem mais mexido, encontrando Balsa, a protagonista, oponentes de nível particularmente interessante e antevendo apertados despiques, duelos e múltiplas perseguições, armadilhas e até mesmo… sangue…
Mas na verdade, a acção decresce gradualmente restando à maioria dos episódios um conteúdo polido e diga-se também, enfadonho.


A história é muito sucinta, sendo labor fácil a sua descrição: Balsa é uma guerreira nómada que enverga com mestria uma lança. Por casualidade acaba por se tornar necessária aos planos da Segunda Imperatriz do palácio que a investe de uma complicada (e irrecusável) missão. Esta, traduz-se na protecção da vida do segundo príncipe, Chagum, guardião do espírito da água e convenientemente o oitavo e último motivo de redenção para Balsa – refira-se que a razão primordial que a leva ao estilo de vida que supra mencionei incide sobretudo numa paga, numa troca, ou seja, Balsa jura proteger oito vidas em troca das oito que no passado ceifou.
Ao serviço do imperador e do reino, vários homens serão enviados no seu encalço, dado que o espírito de que o príncipe era portador era encarado como uma ameaça aos alicerces do próprio estado.
No fundo Serei no Moribito envereda por uma rota de redenção cuja conclusão foca o duelo de Chagum face à ameaça que transporta dentro de si.
Bastante simples, não é?


Não será também este trabalho beneficiário da minha recomendação para os que procuram acção ou pelo menos algo mais agitado. A acção destes 26 episódios poderia ser facilmente comprimida em 1 ou 2 episódios e falo a sério ao dizê-lo.
Ao invés, recomendo Moribito (para os poucos que apreciam semelhante vector) pelo ambiente e por uma qualidade que defende com mérito: mais do que uma história, Serei no Moribito tem História! O contexto, os lugares, as posturas sociais e inerentes formas de estar… as roupas, as formas de produção de energia e de comércio, a interligação das diversas perspectivas, tradições e crenças e o respectivo impacto das mesmas… os detalhes da Corte, todos os procedimentos políticos e mesmo militares… a própria intriga palaciana da qual desponta a própria trama, tudo isso transforma este anime num pedaço de trabalho realmente educativo e para os que se interessam por mais do que um entretenimento superficial e almejam alguma erudição relativa quanto à cultura e tradição de um Japão mais feudal então Serei no Moribito welcomes you!

Contudo, a frigidez do enredo e o défice de confrontos com algum sumo poderão levar ao decréscimo acentuado do vosso interesse.

Aspectos técnicos: A história ganha pelo retrato que tece, mas perde pela profundidade e objectividade da trama em si.
Em termos de grafismo, Moribito detém um ambiente muito pitoresco e realista em alguns momentos mas pouco contagiante. A dinâmica da animação é mediana, longe de primar pela excelência.
Na sonoridade, tanto os efeitos sonoros como a OST encontram-se a um nível meramente funcional. Talvez a OST esteja ligeiramente acima da condição que atribuí mas definitivamente não provocará comoções.
Personagens: O seiyu cumpre funções mas por vezes os próprios traços psicológicos dos “bonecos” parecerão inexpressivos ou pelo menos carecerão de alguma emotividade.

Rating - 5/10

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