Ghost Hunt

Título Original: Gōsuto Hanto ゴーストハント

Género: Policial; Sobrenatural; Detective; O Oculto.
Demografia: Shõjo
Autor: Fuyumi Ono
Director: Akira Mano
Estúdio: J. C. Staff
Emissão Original: de 3 de Outubro de 2006 a 27 de Março de 2007
Duração: 25 episódios.

"Scary how ignorant some people can be"

Sinopse

Ghost Hunt dá asas às aventuras de Mai Taniyama, uma jovem estudante que acaba por se ver envolvida com a Shibuya Psychic Research Center (SPR) e, consequentemente, com Kazuya Shibuya "Naru". Este último trata-se de um jovem com uma atitude bastante peculiar no que toca à cordialidade ou até mesmo à expressividade emocional (ou inexistência dela). Naru é ainda o chefe da SPR e também o responsável primário pela integração de Mai na SPR e nas suas actividades inerentes. Actividades estas que, forçam a um contacto mais íntimo com novos e recônditos horizontes. 

Como o título da série sugere, Ghost Hunt é uma verdadeira caça aos espíritos, percorrendo inúmeras casas e locais assombrados, agregando em cada caso abordado um conjunto de caras constantes, sobretudo espiritistas, mediums ou até mesmo um jovem exorcista católico. A maioria das personagens estão inseridas no ramo paranormal em termos profissionais, sendo que a própria série irá revelando as vocações, as aprendizagens e as capacidades das diversas personagens que nos são introduzidas.

Personagens e Argumento


As personagens principais são sobretudo as já referidas Mai e Naru mas também Masako Hara; Houshou Takigawa; John Brown e Ayako Matsuzaki. Todos estes caracteres são tendencialmente muito jovens e na minha opinião não detém traços que deixam a sua personalidade vincada a um nível pelo menos razoável: teremos sempre o mais sisudo, uma mais inocente, um outro com um feitio mais descontraído e uma outra que é facilmente circunscrita como a mais irritadiça. Temos também os típicos momentos cómicos oriundos do choque entre as várias personagens mas a verdade é que em termos de profundidade e de definição de perfil, as personagens são muito pouco exuberantes. 


Mesmo quando atentamos na acção das personagens nada se passa por aí além - exercem sem surpresa os mesmos rituais, surgem sempre de igual modo e o impacto na série não sofre uma métrica minimamente versátil. Tendo isto dito, torna-se lógico aceitar que a evolução das demais figuras é muito incipente, exceptuando-se Mai que acaba por evoluir as suas capacidades ao longo da animação, descobrindo aos poucos o seu dom. Mas a verdade é que até aqui o enredo falha na definição do dom, agravando-se o facto de Mai acabar por não conseguir vincar na acção da série propriamente dita o relevo e o papel central que detém do início ao fim - é como se esperassemos por uma justificação que nunca se chega a tornar efectiva.
Nada de resto parece vir a transformar os caracteres de GH em personagens triunfantes nos recantos da nossa memória.

Quanto à história, esta surge padronizada, ainda que fragmentada. Assim defino a estrutura da série - 25 episódios dispersos em 8 ficheiros, 8 casos distintos sendo que cada um destes casos alberga 3 ou 4 episódios (salvo uma ou outra excepção). 
A série promove sobretudo a pesquisa pelos porquês, as causas que levaram os locais que evocaram o auxílio da SPR a manifestarem determinadas actividades paranormais e quais os diversos tipos de assombração, promovendo-se uma abordagem na série muito mais científica e não tão aterradora como inicialmente estaríamos à espera - há que admitir também que o público alvo é o feminino, não fazendo muito sentido apresentar um excesso de elementos horríficos a uma miúda de 13 anos, mas convenhamos, neste vector GH deixou mesmo muito a desejar. 

No entanto, a história não tem um seguimento linear, um princípio, um meio e um fim, pelo menos em que se caminhe rumo a lado algum. As histórias são muito random e a inexistência de um clímax perturba o apego pessoal a uma série arquitectada sob este formato. Em termos emocionais, talvez o ficheiro quinto (Silent Christmas) consiga provocar um envolvimento mais pesado, mais triste enquanto que os últimos dois ficheiros (Bloodstained Labyrinth e The Cursed House) terão um nível bem mais interessante quando falamos em suspense.

Ambiente e Grafismo

Temos um ambiente noir e não me atreverei a refutar isto. Os cenários estão cheios de recantos sombrios que aguçam por vezes alguma inquietação. No entanto em termos gráficos, não sou particularmente adepto do traço de GH pois este parece-me ser muito pouco condimentado. O uso de cores pouco quentes poderia ser uma escolha de cromatismo óbvia mas a verdade é que aliando uma paleta de cores muito frígida a um desenho desinteressante acabamos por apreender que a fórmula escolhida pelos criadores de Ghost Hunt é no mínimo, ineficaz!

Dinâmica de Acção e Som

A dinâmica é relativamente mediana e dizer isto ou  não dizer rigorosamente nada parecer-vos-à parecido senão mesmo igual... e a verdade é que até têm razão. No entanto reparem, a série não é das mais dinâmicas que poderemos encontrar em termos de enredo, logo acaba por ser uma consequência natural não existirem grandes momentos de acção e tão pouco movimentações frenéticas por parte dos demais intervenientes. Para aquilo que é, serve. Todavia e, ainda assim, acredito que poderiam ter atingido um nível técnico um pouco mais sólido.

Quanto ao som, pelo menos quanto aos efeitos sonoros: as coisas são realmente mais animadoras, os sons de rapping estão sempre presentes e a série não peca neste vector. Poderíamos esperar um pouco mais, sim, da OST, que não se impõe nem parece ter muito para nos oferecer.

Em suma, para quem gosta do género, poderão eventualmente apreciar este projecto, mas Ghost Hunt não é seguramente abrangente a qualquer tipo de pessoa sendo que muitos não estarão dispostos a empregar o seu tempo numa série que é excessivamente parada por vezes e a qual introduz uma certa carga enigmática que depois não é capaz de concretizar no desfecho de cada ficheiro.  

6/10

2 comentários:

  1. Apesar dos defeitos justamente apontados, continua a ser um dos melhores animes dentro do género de terror que já vi. É um género que não é fácil de transpor para formato anime/desenho animado...tem de ser realista, o que é difícil de conseguir neste formato. Este anime ainda foi conseguindo, ainda que em momentos, aproximar-se desse tão desejado realismo. Espero que façam mais animes assim no futuro mas melhorando, contudo, os pontos pelos quais este pecou. Ainda assim *thumbs up* =D

    ResponderEliminar
  2. Ahah, falaste bem MrCrack! E é bom ver-te a comentar aqui em vez de no FB! lol

    ResponderEliminar