Cunhado por Hayao Miyazaki, 2013.
- Um belo hino aos sonhos, à liberdade e ao destino, entoado por entre um meio envolvente sempre dotado de uma beleza estonteante.
- Narrativa extremamente madura, gerindo eximiamente bem romance e drama. Trabalho menos infantil. Leva o seu tempo a conquistar-nos com uma primeira metade de trilha mais lenta mas depois embala e agarra-nos até ao fim. Contexto histórico apelativo revelando o grande terramoto de 1923; o flagelo da tuberculose; a pobreza de uma nação que sonhava sobrepor-se aos grandes colossos mundiais; a grande depressão e por fim a segunda guerra mundial. O vento é talvez um dos melhores elementos que pode ser associado aos sonhos: efémero, rápido, difuso, mas expansivo, volátil, intenso, suave, agressivo ou apaixonado. Jiro sonhava com a beleza de um avião, com a capacidade de voar, ou pelo menos de pilotar um avião. A sua visão esteve desde a infância longe da definição desejada para o efeito mas Jiro não perdeu o trilho, o seu objectivo - focou-se na engenharia e procurou construir um avião bonito e capaz. No seu percurso encontra e desenvolve um amor incondicional por Naoko, a qual, tal como um avião se revela ser um sonho amaldiçoado: estava o avião de Jiro condenado à guerra do mesmo modo que estava a sua esposa condenada a morrer. No fim, restam os sonhos e pelo menos o regozijo de que naquele período de tempo, Jiro aproveitou o melhor que foi capaz a sua vivência neste mundo.
- Os elementos do costume em Miyazaki: o vento a representar a natureza; a aviação e construção do engenho de novo como a mecânica central à semelhança do que encontramos em Porco Rosso; ligação à Europa muito bem concretizada, defendida por sonoridades que nos remetem inequivocamente em cada uma das suas origens.
-10-
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